Sobre o autoritarismo brasileiro


Preço: R$ 46,30
(Atualizado em Apr 24,2024 19:10:56 UTC – Detalhes)

Da editora

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Neste livro, Lilia Moritz Schwarcz examina algumas das raízes do autoritarismo brasileiro, bastante antigas e arraigadas, embora frequentemente mascaradas pela mitologia nacional

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“A escravidão moldou condutas, definiu desigualdades sociais, fez de raça e cor marcadores de diferença fundamentais, ordenou etiquetas de mando e obediência, e criou uma sociedade condicionada pelo paternalismo e por uma hierarquia muito estrita.”

“Mesmo com o fim do Império […], perpetuou-se a imagem dos senhores provedores, diante dos quais era preciso agir com lealdade e submissão. Esse etos patriarcal e masculino foi, assim, transplantado para os tempos da República.”

“A saúde de uma democracia é medida pela robustez de suas instituições e, no nosso caso, desde os tempos coloniais boa parcela de tais instâncias foi dominada por interesses de grupos […] que se apropriam de parte da máquina do Estado com fins particulares.”

“A corrupção […] faz parte, em maior ou menor escala, do cotidiano do país desde os tempos do Brasil colônia. Por isso, estratagemas usados pelas elites coloniais lembram […] as várias práticas ilícitas perpetradas por alguns de nossos governantes atuais.”

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“Passados 130 anos da abolição da escravidão e trinta da promulgação da Constituição de 1988, que previu a distribuição da riqueza por meio da educação, da saúde e do saneamento, o Brasil continua sendo um país injusto porque profundamente desigual.”

“O crescimento da criminalidade […] tem gerado o aumento da sensação de impunidade. […] Também explica, em parte, a guinada autoritária que o país vem conhecendo nestes últimos anos. Para acabar com a violência, os eleitores exigem medidas igualmente violentas.”

“A realidade tem mudado pouco. […] Longe de corresponder a um desvio, o hábito de agredir mulheres é comum em sociedades que não enfrentam valores paternalistas, machistas e heteronormativos predominantes e intocados no decorrer da sua história.”

“Muitos movimentos autoritários emergentes da atualidade apoiam-se na criação de verdadeiras mitologias de Estado, pautadas na lógica da polaridade: do ‘eles’ e do ‘nós’. Ou melhor, do ‘eles contra nós’ e do ‘nós contra eles’.”

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Na imprensa

Como muda a maneira de escrever e pensar o Brasil e sua história? Estamos contando uma história menos colonial e eurocêntrica. A ideia de histórias plurais vai se fazendo com a pressão do ativismo. Nas escolas, a entrada de cultura africana e afro-brasileira é fundamental. Não estamos negando que a colonização europeia foi importante. Mas mais da metade dos brasileiros são negros e pardos. Mesmo assim, durante muito tempo não ensinávamos cultura afro-brasileira nas escolas. Isso significa restituir memórias e histórias, que dizem respeito a essas populações. Significa oferecer um cardápio mais variado. (Valor Econômico, 24/5/19)

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Na imprensa

O livro trabalha com uma dicotomia entre história e memória. Por quê? Memória e história às vezes andam às turras. A história pode ser oficial, mas é pautada em documentação e pode ser aferida. A memória é subjetiva. Nações são constituídas com base em memória coletiva, que é imaginação e afeto. A memória pode nos alertar, mas também pode ser a memória um passado de concórdia que não se sustenta. A memória coletiva pode ser um mote de afeto ao país e construir cidadania, mas também pode ser manipulada por governos autoritários que fundados na emoção. (O Globo, 21/5/19)

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Na imprensa

Os brasileiros teriam uma certa tendência a apoiar teses mais autoritárias? Sim. Somos um país em que, a todo momento, revelamos nossa raiz autoritária – por conta do nosso passado, mas também por conta do nosso presente. Eu me preocupo com o fato de nós, brasileiros, termos muito forte esse sentimento de denegação, ou seja, colocar sempre a culpa no passado. O livro procura mostrar que existem raízes do passado, mas que estamos construindo, de forma muito evidente e nada pacífica, o nosso presente. Por isso, acredito que os brasileiros, em momentos de crise, mostram uma veia autoritária. (Estadão, 27/5/19)

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Na imprensa

A era digital favoreceu governos com discursos autoritários? Ainda bem que você falou em governos porque cada um carrega uma especificidade. Vivemos hoje a onda de discursos autoritários das “democraduras” (como definiu José Murilo de Carvalho), que têm algumas características comuns: o ataque à imprensa e à intelectualidade, uma histeria em relação às novas agendas de gênero e sexualidade, e o uso das redes sociais. Mas, veja bem, não é o caso de se demonizar essas redes, que têm uma veia democrática muito importante ao amplificarem as vozes. E grupos minoritários têm na internet um local de expressão muito importante para expor suas demandas por direitos civis. (Exame, 27/5/19)

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Valor

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O Globo

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Estadão

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Exame

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foto da autora: Renato Parada. foto da obra: Cortesia da Mendes Wood DM São Paulo, Bruxelas, Nova York/ Copyright da Artista/ Reprodução de Eduardo Ortega.

lililili A imagem da capa: “Memória”, de Sonia Gomes

Nesta obra, retalhos de tecidos são reconfigurados e transformados em escultura. Essas são “esculturas da memória”, porque feitas do arranjo de vários objetos retirados do cotidiano, e que remetem à prática tradicional da costura feminina. O trabalho também evoca a ideia de puxar fios e tecidos da memória, os quais, assim reunidos, resultam numa forma nova, pois se apresentam no nosso tempo atual e interpelam a nossa própria contemporaneidade.

Sobre a autora

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LILIA MORITZ SCHWARCZ é professora titular no Departamento de Antropologia da USP e visiting professor na Universidade de Princeton. É autora de, entre outros livros, O espetáculo das raças (1993), As barbas do imperador (1998, prêmio Jabuti de livro do ano), Brasil: Uma biografia (com Heloisa M. Starling, 2015) e Lima Barreto: Triste visionário (2017, prêmios Jabuti de biografia, livro do ano da Anpocs, melhor biografia pela Biblioteca Nacional e APCA 2018).

Acompanhe Lilia nas redes sociais:

Lili Schwarcz no YouTube @liliaschwarcz no Instagram Lilia Schwarcz no Facebook

Editora ‏ : ‎ Companhia das Letras; 1ª edição (24 maio 2019)
Idioma ‏ : ‎ Português
Capa comum ‏ : ‎ 288 páginas
ISBN-10 ‏ : ‎ 8535932194
ISBN-13 ‏ : ‎ 978-8535932195
Dimensões ‏ : ‎ 20.8 x 14 x 1.4 cm

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